MINUTOS DE SABEDORIA

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A descoberta de Ritinha

História: A descoberta de Ritinha
Tema: Respeito às diferenças.


Rita era uma garotinha muito esperta e que gostava de conversar com as flores do jardim de sua casa.

Um dia Ritinha disse à Rosa Cheirosa:
- Rosa Cheirosa, como você e suas amigas são lindas!
- Muito obrigada, Ritinha.
- Eu queria que tudo fosse tão bonito, cheiroso e jovem como você!
- Mas tudo tem sua importância na vida, Ritinha.
- Até o lixeiro?
- Sim, sim.
- Até um inseto, Rosa Cheirosa?
- Sim, sim.
- Até um sapato gasto?
- Sim, sim.
- E qual é a importancia de todos eles, Rosa?
- Por que você não pergunta pra eles, Ritinha?

Ritinha ficou pensando em como obter as respostas que ela queria.
Qual a importância de um lixeiro e de uma abelha? Pra que serviria um sapato gasto?

Noutro dia Ritinha viu o lixeiro recolhendo o lixo na rua e foi atras dele.
- Ei seu Lixeiro, bom dia. Seu lixeiro, por que o senhor recolhe o lixo? Não seria melhor trabalhar com algo mais limpo e perfumado?
- Sim, menina bonita, seria. Mas imagina como iria ficar a sua rua se eu não coletasse o seu lixo. Você queria viver rodeada de coisas estragadas e com um cheiro tão ruim?
- Não, não, seu Lixeiro. Mas o senhor é feliz fazendo isso?
- Sim. Meu trabalho me dá o dinheiro que eu mereço pra sustentar a minha família. É um trabalho honesto e que me deixa contente por deixar as ruas limpas para que meninas como você possam brincar e passear sem sujeira nem risco de pegar doenças.
- Ah, é algo bem importante, seu lixeiro.
- Tchau, menina bonita. Vou continuar meu trabalho.
- Tchau seu lixeiro.

Chegando em casa Ritinha viu um sapato preto de seu pai. Um sapato já bem usado.
- Oi, seu Sapato Gasto!
- Oi Ritinha!
- Seu Sapato, por que o senhor permite que meu pai pise no senhor?
- Seu pai não pisa em mim, Ritinha. Ele me calça.
- Calça? Mas seu Sapato o senhor é sapato e não uma calça.
- Sim, Ritinha. Eu sou um calçado.
- Ah! Seu Sapato pra que o senhor serve?
- Para proteger os pés de seu pai. Para que ele possa caminhar com segurança e conforto.
- Conforto, seu Sapato? O senhor está bem velhinho.
- Sim, mas com a experiencia eu fiquei mais macio, mais confortável, mais gostoso de usar. Com o tempo eu aprendi como o pé do seu pai gosta de ser tratado. Aprendi a não apertar os dedos nem os calos do pé do seu pai. Pergunte pro seu pai pra ver como ele gosta de mim.
- Que importante que o senhor é, seu Sapato.
- Obrigado Ritinha.

Ritinha ficou pensando e no outro dia voltou ao jardim. Lá encontrou uma abelhinha numa margarida.
- Oi dona Abelha. Tudo bem?
- Oi Ritinha. Tudo jóia.
- Dona Abelha o que a senhora faz aí na margarida?
- As flores Ritinha, dão minha comida. Eu pego o néctar das flores e o levo pra minha colmeia. Lá eu e minhas amigas produzimos o mel para nós e pra vocês humanos também. Esse montinho amarelo no meio da margarida é o pólen. Eu vou de flor em flor colhendo o polén e sempre deixo um pouquinho dele na nova flor para que novas flores nasçam.
- A senhora trabalha todo dia, dona Abelha?
- Sim, Ritinha. Assim como seu pai no escritório e sua mãe arrumando a casa e cuidando da sua família.
- Nossa, dona Abelha, como a senhora é importante. Tão pequena mas tão importante.
- Obrigado, Ritinha. Agora vou voltar ao meu trabalho. Tchau Ritinha.
-Tchau dona Abelha.

Ritinha foi ao encontro da Rosa Cheirosa.
- Oi Rosa Cheirosa. Eu conversei com o Lixeiro, o Sapato Gasto e com a Abelha.
- E o que você descobriu com eles Ritinha?
- Que tudo que existe tem uma utilidade. Que todo trabalho é importante. Que todas as pessoas, fazem o melhor que podem para tornar a vida melhor. Todos os seres trabalham para o progresso e felicidade.
- Isso mesmo, Ritinha. Tudo tem sua importância na vida e tudo merece nosso respeito. Não importa a cor ou o tamanho nem a idade.
- Obrigado por me dar seu perfume e beleza, Rosinha.
- Eu que agradeço, Ritinha, por você ter percebido que Deus não esquece de ninguém.





Autor: Douglas Renato (alvoradacrista@blogspot.com)

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